08
jun
2009

O bom e o ruim do novo e do velho cinema







Não sou cinéfilo, nem tenho propriedade alguma para falar de alguns crássicos; no entanto, ontem fui assistir a 'Anjos e Demônios' no cinema, e reparei algo que o filme, que vai ser facilmente esquecido, TEM, que alguns crássicos não têm: DINÂMICA.

Qualquer pessoa que assistir ao filme vai entender o que estou dizendo. Está tudo lá: os clichês americanos, a direção pomposa demais, os diálogos auto-explicativos (mesmo que ambos os personagens saibam de tudo que estão falando: uma forçada maneira de deixar o expectador por dentro dos mistérios), a parte em que fingem ser um casal e eles são obrigados a dar a mão - pra gerar um 'pintou um clima'. A questão é que o filme já começa te arremessando informações e te colocando em situação empolgante o tempo inteiro, mesmo que seja (e é) só por diversão.

Estava me lembrando de Mullholland Drive (Cidades dos sonhos, no Brasil) que assisti com o Beto há alguns dias atrás. O filme é ótimo, um dos meus preferidos. Mas se existe uma coisa que ele não é, é dinâmico; pelo contrário: é confuso mas com muita monotonia, onde o expectador é brindando com taças de genialidade em momentos muito específicos. Não que isto seja algo inerente aos crássicos, pois Laranja Mecânica do Kubrick, consegue ser quase tão profundo quanto 2001 e ainda assim é um filme ligeiro, rasteiro e hardcore.

Nesse ponto é que salta à mente a RESOLUÇÃO que não tem nada a ver com cinema, e que, só conseguiu ser concentrada em uma série, nos tempos modernos: Lost.

Lost é uma produção americana, comercial e ainda assim é completamente honesta e inteligente.
Tem mistérios que não são toscos e auto-explicativos, a série não é feita duvidando da inteligência do tele-expectador, todas as idéias sociais-filosóficas estão inseridas no contexto da série, sem ter que ser só isso. A idéia de bem e mal é profundamente confrontada, mas de uma maneira completamente diversa da que estamos acostumados a ver por aí. O conflito da série não é, nem de longe, a sobrevivência dos personagens na ilha devido às circunstâncias de mantimentos. O aspecto da relação entre os personagens e os mistérios por trás disso e do significado (que acredito, que seja menos subjetivo do que possa parecer em um primeiro momento) da ilha são mais relevantes do que o 'comum' da série. Assim LOST conseguiu ser acessível, comercial, dinâmico, misterioso (no sentido verdadeiro da palavra), vanguardista, inovador, e CLÁSSICO (sim, clássico)... sem que tivesse que ser escrita por uma ala 'cult-independente-alternativa' do mercado americano.
POP-CLÁSSICO da qualidade que o cinema não têm conseguido ser, nem com os produtores Europeus-alternativos e nem com os diretores de Pastelões descartáveis Hollywoodianos.

Assim, se estiver desiludido ao assistir aquele filme do Gus Van Sant que conta os últimos momentos de Kurt Cobain (Last Days) ou mesmo com o novo filme da série X-men, acho que você deveria começar a assistir LOST...

Pronto, falei!

1 comentários:

Humberto aka humbias disse...

pertinente.

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